Arranjos institucionais de manejo e extrativismo do açaí nas áreas de uso comum na comunidade de São Carlos do Jamari (RO)

Tipo: Mestrado

Aluna: Milena Camargo de Paula

Vigência: Março 2018 - Novembro 2021

Orientação
Prof. Dr. Juliano Costa Gonçalves
Prof. Dr. Silvio Eduardo Alvarez Candido

Financiamento
NA

Resumo
Dentre os recursos da Amazônia utilizados pelas comunidades tradicionais e ribeirinhas, a coleta de açaí tem se destacado devido à crescente demanda nacional e internacional por esse produto da floresta, e por ser caracterizado como símbolo da biodiversidade Amazônica. Análises empíricas têm indicado o potencial das populações de estruturarem arranjos sociais que possibilitam o uso sustentável dos recursos comuns, como é o açaí na Amazônia. Incentivos à políticas de inclusão das populações na gestão dos territórios extrativistas e no manejo de recursos locais indicam que os mesmos não se degradam, tendendo a manter as organizações comunitárias economicamente sustentáveis. No presente estudo de caso, analisa-se a comunidade que atua na coleta de açaí-da-mata (Euterpe precatoria Mart.) dentro da floresta amazônica, na região do baixo Rio Madeira, no estado de Rondônia. O estudo refere-se à comunidade de São Carlos do Jamari, distrito de Porto Velho. O objetivo geral desta pesquisa foi descrever e analisar como os arranjos institucionais de manejo e extração de açaí (E. precatoria) são organizados nas áreas de uso comum na comunidade de São Carlos do Jamari (RO). Os procedimentos metodológicos foram de base qualitativa, por meio de revisão bibliográfica, pesquisa documental e de roteiro de entrevistas semiabertas. Os documentos levantados foram realizados por meio da técnica de análise do conteúdo por exploração do material, tratamento e interpretação dos resultados, na busca de entender quais as interferências na dinâmica de organização coletiva para o uso dos açaizais de São Carlos do Jamari, assim como as implicações para a conservação dos recursos extraídos.Seguindo os princípios do desenho institucional e variáveis para a governança dos recursos comuns de longo prazo, considera-se que o arranjo institucional encontrado sobre o recurso açaí não demonstra ação coletiva que impacte em uma melhor qualidade do açaí coletado. O resultado corresponde às pressões de naturezas externas, principalmente as que se referem às influências da demanda de mercado e ausência e presença do Estado, gerando uma desestruturação dos acordos tradicionais que possibilitavam o manejo adequado do açaí porém não configuram em uma degradação total dos recursos.